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quarta-feira, 29 de julho de 2009

INT desenvolve tecnologia para produzir vidro a partir de resíduos de rochas

Resíduos de rochas ornamentais como mármore e granito, oriundos da serragem que transforma blocos de pedra em chapas, pode agora servir de matéria-prima para a indústria do vidro. Isso graças à inovação tecnológica desenvolvida no Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), do Rio de Janeiro. O uso do resíduo também contribui para a solução do problema ambiental causado pelo pó fino que se acumula nas serrarias e acaba impactando o meio ambiente.
As pesquisas foram desenvolvidas pela física Michelle Babisk - aluna de mestrado em Ciência dos Materiais do Instituto Militar de Engenharia (IME) -, que realiza seu trabalho no Laboratório de Tecnologia de Pós do INT, sob orientação do tecnologista José Carlos da Rocha. A pesquisa teve como objeto os resíduos gerados pela indústria de rochas ornamentais do Espírito Santo, que é hoje responsável pela metade da produção nacional deste tipo de material.
A transformação de resíduos de granito e mármore em vidro é viabilizada pela presença de óxidos, como a sílica, que são matérias-primas utilizadas em larga escala na produção de vidros sodo-cálcicos. Junto aos resíduos das rochas - coletados em Cachoeiro do Itapemirim, na região Sul do estado, onde estão mais de 60% dos empreendimentos do Espírito Santo - são misturados areia e carbonato de cálcio e sódio em quantidades controladas para que a composição se aproxime ao máximo das características do vidro comercial.
Com a utilização destes resíduos, há uma considerável diminuição dos impactos ambientais na região, já que antes eles eram descartados no solo. Por outro lado, o uso do material reduz o consumo de areia, minimizando outro problema, que é a extração excessiva desse recurso. Um terceiro benefício ambiental é o emprego também dos óxidos ferrosos despejados no solo por meio das limalhas de ferro ou aço que são jateadas contra a rocha no processo de corte. O material é incorporado à composição do vidro como corante, garantindo a produção de vidros verdes, que têm um mercado bastante específico.
A pesquisa de Michelle produziu no INT quatro tipos de vidro, sendo testadas suas condições de impermeabilidade, passagem de luz, entre outras propriedades. Com resultados bem sucedidos no controle de qualidade do produto, a produção de vidro a partir de resíduos de rochas ornamentais está sendo patenteada e será apresentada no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 25 de setembro, na 11ª Conferência Internacional de Materiais Avançados (Icam). Organizado pela International Union of Material Research Societies (IUMRS), o evento - já sediado por países como China, Japão e México - é realizado em anos alternados e tem como objetivo apresentar novas tecnologias relacionadas à área da Ciência dos Materiais.
No mês que vem Michelle finaliza seu mestrado com os resultados do trabalho realizado no INT, que terá como título Desenvolvimento de vidro sodo-cálcicos a partir de resíduos de rochas ornamentais. O objetivo final do desenvolvimento desse processo, afirma a pesquisadora, é a transferência da tecnologia para as indústrias.
A área de Processamento e Caracterização de Materiais do INT já transforma resíduo de rochas ornamentais em matéria-prima para a indústria há algum tempo. O primeiro trabalho concretizado nesta linha foi o aproveitamento do pó fino das serrarias do município de Santo Antonio de Pádua na produção de argamassas, tecnologia já transferida para a empresa Argamil e gerando royalties para os pesquisadores do INT e do Centro de Tecnologias Minerais (Cetem/MCT), parceiros na inovação.
O pesquisador do INT, José Carlos da Rocha , desenvolveu ainda a produção de rochas artificiais a partir dos resíduos grossos da serragem.

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